Na primeira manhã de quinta-feira de 2013, dia 03, como sempre, vim para a redação da Radioweb mesclando entre a Rádio BandNews FM e CBN. A notícia do dia ‘chuvas no Rio de Janeiro, especialmente em Xerém‘. Quando ouvi o fato foi instantâneo pensei no Zeca Pagodinho. Se nos atentarmos nas músicas, shows e entrevistas, o cantor sempre fala sobre a cidade em que vive. Depois pensei nas mazelas da região e ao ouvir sobre desabamentos de casas lembrei-me da tragédia no Morro do Bumba. Mas no meu inconsciente ficou aquela imagem do Zeca, o pagodinho.
Horas depois vejo esse Zeca numa reportagem na Globo News. O repórter se espanta ao flagrar o cantor – que é rico – em meio às pessoas que perderam casas e tudo que tinham. O Pagodinho pilotava uma moto. Na garupa um alguém desconhecido. Na fala, o sentimento de dor e complacência com um povo que ele demonstrava, pelo o olhar, ser apaixonado.
O pagodeiro respondeu algumas perguntas, mas se furtou da última. O repórter indagou sobre como ele se sentia ao ver aquela situação inédita na região. Zeca Pagodinho preferiu não responder, apenas abaixou a cabeça e disse “deixa eu ir ali ajudar o pessoal” e saiu.
A humildade de um artista que é do povo.
Att,
O Brincante,
Hiury Wdson
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